Veja o que é #FATO ou #FAKE na entrevista de Alexandre Ramagem para a GloboNews

  • 28/08/2024
(Foto: Reprodução)
Checamos as principais declarações do candidato do PL à Prefeitura do Rio. Alexandre Ramagem em entrevista à GloboNews Reprodução O candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem, foi entrevistado pelo programa "Central das Eleições", da GloboNews, nesta terça-feira (27). Foram convidados os candidatos que tiveram pelo menos 5% de intenções de voto e que ficaram entre os cinco primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira (22). A ordem das entrevistas foi definida em um sorteio realizado na sexta (23) na presença dos representantes dos partidos. O candidato do PSOL, Tarcísio Motta, foi o primeiro sabatinado: confira aqui o que é #FATO ou #FAKE na entrevista dele. Na quarta (28), a entrevista será com Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição. A equipe do Fato ou Fake checou as principais declarações de Alexandre Ramagem. Leia abaixo: “Em âmbito federal, se verificou que houve uma redução de orçamento [para segurança pública].” g1 A declaração é #FAKE: Veja por quê: De acordo com a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024, o orçamento destinado para a área de segurança pública é de cerca de R$ 15,4 bilhões, maior do que o orçamento de 2023, que foi de R$ 13,7 bilhões, e maior do que o valor empenhado em 2022, de R$ 12,6 bilhões. A LOA deste ano também indica que houve um aumento nos recursos para policiamento: em 2024, a verba reservada para área é de R$ 5 bilhões, enquanto no ano passado foi de R$ 4 bilhões. Em 2022, o empenhado em policiamento foi de R$ 3,3 bilhões. O Fundo Nacional de Segurança Pública, cujo objetivo é apoiar projetos da área, também teve um aumento, mesmo que pequeno, segundo a LOA deste ano. De R$ 2,25 bilhões destinados para o fundo em 2023, ele subiu para R$ 2,26 bilhões neste ano. Ainda assim, o aumento do orçamento para o fundo foi maior do que o empenhado em 2022, quando o montante foi de R$ 2 bilhões. “Houve um escândalo de corrupção enorme, houve gastos enormes. Cada uma das quatro vias do BRT custou R$ 2 bilhões, uma delas, R$ 800 milhões.” selo fato g1 A declaração é #FATO. Veja por quê: Há quatro corredores do BRT no Rio de Janeiro: Transoeste, Transcarioca, Transolímpica e Transbrasil. Os três últimos custaram cerca de R$ 2 bilhões para serem construídos, enquanto no primeiro, o custo da obra foi de R$ 800 milhões. Ao todo, o valor gasto foi pouco menos de R$ 7 bilhões. As cifras foram informadas pela própria prefeitura e Portal da Transparência, conforme mostra reportagem à época. No corredor inaugurado mais recentemente, a Transbrasil, por exemplo, o investimento para a conclusão da obra foi dividido em R$ 1,1 bilhão financiado pela Caixa Econômica, com recursos do FGTS, R$ 97 milhões do BNDES e mais R$ 838 milhões do próprio município. Além disso, as obras do BRT também foram marcadas por atrasos e denúncias de corrupção. Em um dos casos, o ex-secretário municipal de Obras Alexandre Pinto foi acusado de cobrar 1% de propina nas obras da Transcarioca; ele chegou a ser condenado a mais de 30 anos por corrupção passiva. Já em relação às demoras para inauguração dos corredores, a Transbrasil só começou a operar em fevereiro deste ano, 7 anos após o prazo inicial. A Transcarioca também demorou para sair do papel. Previsto para ser entregue em maio de 2023, o corredor só ficou pronto em junho de 2024. "O Favela-Bairro foi abandonado. E foi um programa que estava dando certo e que foi premiado mundialmente. Quem resgatou o Favela-Bairro? Medellín. Fez um projeto de urbanismo social. Medellín tem características semelhantes ao Rio de Janeiro." selo fato g1 A declaração é #FATO. Veja por quê: Criado em 1993, durante o governo Cesar Maia, o programa Favela-Bairro levou urbanização a mais de 150 comunidades localizadas no município do Rio. Formalmente, o programa se encerrou em 2008. A partir de 2010, foi lançado o Morar Carioca, programa de reurbanização que é considerado uma segunda fase do Favela-Bairro. Visto como inovador, o programa foi indicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no Relatório Mundial das Cidades 2006/07, como exemplo a ser seguido por outros países. O Favela-Bairro também foi escolhido entre os melhores projetos do mundo apresentados na Expo 2000, em Hannover, na Alemanha. “Então, para a Covid, o que se viu? Que a Covid não tem uma letalidade para crianças. Ainda mais crianças de 6 meses a 6 anos. Então, por todas essas evidências, e por essas evidências, pode se dar a faculdade de a pessoa utilizar ou não. E não uma obrigatoriedade." g1 A declaração é #FAKE. Veja por quê: Uma nota técnica do Ministério da Saúde aponta que, desde o início da pandemia (em março de 2020) até janeiro de 2022, 3.562 crianças e adolescentes até 19 anos morreram de Covid no Brasil. Crianças com menos de 1 ano foram as maiores vítimas: 1.144 mortos. Na faixa etária de 1 a 4 anos, houve 543 mortes por Covid. O boletim “Observa infância”, publicado em março deste ano pela Fiocruz, ressaltou a queda do número de mortes de crianças e adolescentes até 14 anos por Covid depois do início da vacinação. Segundo o estudo, houve 326 mortes nas oito primeiras semanas de 2022. No mesmo período de 2023, a quantidade de mortes caiu para 50. E nas oito primeiras semanas deste ano, foram 48 mortos. O estudo citou dados do Ministério da Saúde que mostram que a cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos estava em 23% para duas doses e apenas 7% para o esquema vacinal completo com três doses até fevereiro de 2024. Na faixa de 5 a 11 anos, 55,9% das crianças tinham recebido duas doses e 12,8% tinham completado o esquema com três doses. “As baixas coberturas vacinais nesta população podem estar diretamente relacionadas à persistência de mortes por COVID-19. Apesar da diminuição observada entre 2022 e 2023, a relativa estabilidade dos números de óbitos em 2024 é preocupante, sublinhando a necessidade urgente de esforços concentrados para aumentar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes, como uma estratégia chave para combater efetivamente a disseminação do coronavírus e proteger os mais jovens das formas graves da doença”, conclui o estudo. Em maio deste ano, o Ministério da Saúde publicou outra nota técnica com posicionamento contrário ao Projeto de Decreto Legislativo que pretendia revogar a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid em crianças de 6 meses a 5 anos. Segundo a nota técnica, “as vacinas Covid-19 estão entre os produtos farmacológicos mais estudados na história recente da humanidade. Além dos ensaios clínicos (fases 1, 2 e 3) publicados, diversos estudos de pós comercialização (fase 4), incluindo os dados de farmacovigilância, comprovaram a segurança da vacinação em crianças e o seu grande e positivo impacto na redução de hospitalizações e óbitos”. O documento do Ministério da Saúde destaca: “Até o momento, os dados de vigilância não demonstram nenhum aumento significativo de miocardite em crianças menores de 5 anos após a vacinação com vacinas de mRNA. É relevante ressaltar, ainda, que as chances de desenvolver miocardite são maiores em pessoas que adoecem por covid-19 em comparação com pessoas vacinadas. Dessa forma, a vacinação continua sendo a forma mais segura e eficaz de proteger a saúde”. “A Guarda Municipal de São Paulo já nasceu armada. A Guarda Municipal do Rio, uma das cidades mais violentas conhecidas do mundo, não pode deixar de estar armada.” selo fato g1 A declaração é #FATO. Veja por quê: A Guarda Civil Metropolitana (GCM) da cidade de São Paulo foi criada em 1986 pelo então prefeito, Jânio Quadros. No artigo 1º da Lei nº 10.115, assinada em 15 de setembro do referido ano, a corporação é definida como “uniformizada e armada”. Segundo a Prefeitura de São Paulo, em maio de 2024 a Guarda Civil Metropolitana tinha 7.039 agentes, que usam pistolas como arma funcional. "Chegou 2024, houve uma inundação [no Rio Acari], pessoas perderam suas casas, 20 mil ficaram desabrigados." arte #NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Uma enchente que atingiu o Rio Acari em janeiro deste ano causou danos (como perda de móveis, eletrodomésticos e documentos) a 20 mil pessoas no bairro de Acari, cortado pelo rio homônimo. Esse número se refere aos atingidos. No entanto, a estimativa de pessoas que ficaram desabrigadas ou desalojadas na ocasião foi de 600 em todos os municípios atingidos por aqueles temporais: Paracambi, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e São Gonçalo e Niterói, na Região Metropolitana — sendo metade somente em Nova Iguaçu. “O Rio de Janeiro é a quarta cidade com o pior tempo gasto no trânsito. Nós temos um terço de veículos comparado a São Paulo.” selo não é bem assim arte #NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: O mais recente levantamento feito pelo Ministério dos Transportes, atualizado no último mês de julho, aponta que a capital paulista tem 9.688.975 veículos registrados, pouco mais de três vezes a quantidade da cidade do Rio, que tem 3.184.115 - o que representa, de fato, um terço em comparação a SP. No entanto, uma pesquisa publicada neste mês pela Confederação Nacional dos Transportes apontou que a cidade do Rio tem apenas o sétimo pior “tempo diário de viagem”, com um trajeto de 10km sendo completado em 24 minutos em boas condições de trânsito e em 45 minutos durante congestionamentos. Como exemplo, a liderança do ranking fica com Recife, onde um veículo espera, em média, até 58 minutos durante congestionamentos e 27 minutos com o trânsito fluindo normalmente. Conhecida pelos engarrafamentos, a cidade de São Paulo está na quinta colocação (29 minutos em boas condições de trânsito e 57 minutos durante congestionamentos). “Há 77 pontos críticos de encostas e desabamentos, áreas de risco, que estão há uma década como área de risco. Não foram tratadas, deixou de se investir os R$ 85 milhões previstos, e isso pode afetar, em um estudo da Defesa Civil e da GeoRio, 100 mil pessoas.” g1 A declaração é #FATO. Veja por quê: Na cidade do Rio, há 77 locais com alto risco de deslizamento ainda sem solução. Em dois deles, os laudos são de 2009 — ou seja, a espera por solução já completa 15 anos. Os dados são do relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), aprovado por unanimidade em 2022. O documento do TCM analisou ações do Instituto de Geotécnica do Município (Geo-Rio) desenvolvidas desde o ano passado. Os técnicos afirmam que faltaram recursos para os programas de contenção, um problema que vem desde a gestão anterior. A estimativa é que, entre 2018 e 2021, deixaram de ser gastos R$ 83,6 milhões, verba que ajudaria a reduzir os riscos enfrentados por 99.171 pessoas. A equipe do TCM destacou no documento que há riscos, por exemplo, na saída sul do Túnel Rebouças (sentido Centro-Lagoa) e na Rua Maria Luiza Pitanga, na Barra da Tijuca, assim como em quatro pontos na Rocinha, cinco no Vidigal, sete no Complexo do Alemão e nove na Tijuca. "50% [dos alunos] chegam ao início do 3º ano [do Ensino Fundamental] não alfabetizados. Ele [Eduardo Paes] está entregando ao Ensino Fundamental II analfabetos funcionais, que não sabem fazer as quatro operações." arte #NÃOÉBEMASSIM. Veja por quê: Dados do Indicador Criança Alfabetizada, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em junho desse ano, mostram que o percentual de alunos alfabetizados na cidade do Rio de Janeiro era de 56,2% em 2023 - ou seja, 43,8% não são alfabetizados, e não 50%, como dito pelo candidato. Já a definição de alfabetização está correta: segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Ministério da Educação (MEC), uma criança alfabetizada é a que aprende a ler e escrever no 1º e no 2º anos do Ensino Fundamental e, portanto, chega ao 3º ano com esse domínio. Já os analfabetos funcionais não são capazes de interpretar textos e realizar operações matemáticas, apesar de reconhecerem letras e números. Participaram desta checagem: Camila Zarur, Giovanna Durães, Luciano Ferreira, Marcelo Gomes, Mariene Lino, e Marco Antônio Martins. Candidato Ramagem responde pergunta sobre experiências internacionais de prefeituras na segurança pública Fato ou Fake explica: VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE Adicione nosso número de WhatsApp +55 (21) 97305-9827 (após adicionar o número, mande uma saudação para ser inscrito)

FONTE: https://g1.globo.com/fato-ou-fake/rio-de-janeiro/noticia/2024/08/28/veja-o-que-e-fato-ou-fake-na-entrevista-de-alexandre-ramagem-para-a-globonews.ghtml


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